OBJETIVO DO BLOG

Este blog tem por objetivo orientar os pais que possuem filhos entrando ou vivenciando a adolescência. De orientar também os professores que lidam com eles diariamente,para que possam compreender suas dificuldades e ajudá-los ainda mais, pois, esta é uma fase complicada na vida dos jovens e, muitos pais e professores não sabem como agir diante de certas atitudes desses jovens. Pais e professores encontrarão aqui informações de médicos, psicólogos e teóricos sobre a educação dos adolescentes.

sábado, 23 de setembro de 2017

TENTATIVAS DE CONTROLE DAS DORES EMOCIONAIS


As dores emocionais são lancinantes e recheadas de culpas, remorsos, de sentimentos de fracasso e de insignificância pessoal, mesmo que os sujeitos não tenham cometido nenhum ato que sugerisse a existência deles. Ao contrário, eles são vítimas de situações constrangedoras como a rejeição, abandono, o bullying, rejeição ou chacota pela descoberta do interesse sexual por pessoas do mesmo sexo ou da transgeneridade e o abuso sexual.


Mas na tentativa de aliviarem essas dores, muitos adolescentes e jovens adotam comportamentos silenciosos de pura agressividade contra si mesmos, como se quisessem ser punidos por algo que se sentem responsáveis.

A bulimia, anorexia, uso abusivo de medicamentos, drogas ou álcool, outros tipos de problemas emocionais e a automutilação são comportamentos silenciosos, intencionais, incontroláveis e viciantes que vão minando as forças de quem os pratica. E mesmo que não queiram causar a própria morte, ela pode vir a acontecer.


É preciso que os adultos saibam que estes comportamentos não são casos esporádicos. Eles atingem cerca de 15% em crianças e 20% da população juvenil no Brasil e no mundo, atingindo pessoas de todas as etnias, raças, credos e classes sociais. A incidência maior é das moças e menor entre os rapazes.


Começa com isolamentos (até certo ponto comuns á idade e que confunde muito os adultos), passa por problemas de adaptação ao meio social, mexe com a autoestima e a autoconfiança baixam rapidamente, aumento da insegurança e dos sentimentos de inferioridade em relação aos demais e da infelicidade explícita ou velada.

Por serem viciantes, surgem com o tempo outras complicações. A depressão é uma delas. Muitas pessoas acreditam que a depressão é apenas uma tristeza momentânea que passa algum tempo depois. A depressão é mais duradoura mais profunda que isso. É algo que apaga o brilho do olhar, que desanima e impede os sujeitos de agirem. É uma doença que afeta os neurotransmissores do cérebro impedindo que produza a serotonina e afeta o físico e o comportamento. Surge então a apatia e o isolamento.


A anorexia e a bulimia podem estar ligadas ao bullying, a sexualidade e a rejeição do próprio corpo. E a complicação mais grave é a inanição. O contraponto, é a obesidade mórbida.

Todos estes comportamentos têm solução. Seja por meio de tratamento psicológico, tratamento psiquiátrico ou de ambos. Mas é preciso que, tanto o jovem quanto sua família participem do tratamento.

domingo, 10 de setembro de 2017

INFELICIDADE IMAGINÁRIA - parte V


Não é novidade para ninguém que a adolescência é uma fase complicada para meninos e meninas. Porém, embora seja uma fase normal, há muita infelicidade envolvida.

É claro que ambos querem ser amados e aceitos pelo seu grupo de amigos. Mas quem mais acaba sofrendo com isso, são as garotas. As meninas dão mais valor a algumas coisas enquanto os meninos nem pensam nisso. Isto acontece porque elas amadurecem bem antes que eles.

E enquanto elas estão preocupadas com a questão da popularidade ou da impopularidade, eles estão preocupados com suas mudanças corporais e as primeiras sensações provocadas pelos hormônios sexuais.

Tentando entender significado de “popularidade”, encontramos nos dicionários o seguinte conceito: “PESSOAS POPULARES são aquelas pessoas que possuem a qualidade de serem reverenciadas (amadas) por um grande número de pessoas. Conclui-se, então que PESSOAS IMPOPULARES são aquelas que são detestadas ou rejeitadas pela maioria.

Quem então seriam as pessoas populares? Pelo que se observa são as consideradas como a mais bonita, de corpo segundo os padrões sociais, que possuem muitas amigas e amigos. Por outro lado, as menos bonitas, a gordinhas e obesas, as que não se preocupam com a moda e se vestem de maneira mais simples, aquelas que apresentam uma inteligência acima ou abaixo da média. Sim, as “nerds” e as que possuem com alguns dos tipos de são deficiência intelectual são muito impopulares e, portanto, rejeitadas.

Cena do flime "GAROTAS MALVADAS"

Quem nunca assistiu àqueles filmes americanos em que há um grupo de meninas cheias de si, que vivem de nariz empinado, que se acham as donas do mundo e que rebaixam as demais pessoas de segunda classe? Estas estão sempre acompanhadas de duas ou três seguidoras formando um grupo fechado. Estas seguidoras são consideradas pela que lidera o grupo como se fossem suas subalternas, que a imitam em tudo e cedem a todos os seus desejos e vontades. E não pensem que este fato acontece apenas nos filmes ou nos estados norte-americanos. Essas garotas estão em toda a parte, em todas as sociedades do planeta e inclusive aqui em nossas escolas.

A questão da popularidade começa muito cedo. Começa no início da puberdade por volta dos 12 ou 13 anos. E para algumas, ainda um pouco mais cedo, por volta dos 10. Isto por conta da maturidade individual e das dúvidas e incertezas que acompanham as mudanças físicas e hormonais.

E, para uma parcela dessas garotas, a popularidade parece ser a solução de todos os seus problemas. Porém, para a maioria, não se dão conta de que essa popularidade pode ser um fato complicador em suas vidas, trazendo-lhes mais dor emocional.

A personagem principal do filme "MENINAS MALVADAS" ao chegar ao 
colégio e depois de  fazer parte do grupo das populares

Para essa parcela de garotas, ser popular é ser feliz. Manter este status e manter-se nele por um bom tempo exige tempo, dinheiro e criatividade. Precisam estar sempre bem arrumadas, conhecer todas as novidades da moda e da cosmética, criar e recriar coisas, estilos e artimanhas (brincadeiras de mau gosto com as impopulares), fazendo fofocas, promovendo eventos que as façam ganhar um brilho novo a cada dia. E isto, gera mais inseguranças e dúvidas do que certezas e segurança.

Cada novidade é uma ameaça para essas garotas. E quanto mais ameaçadas se sentirem, mais más vão se tornando. E o que começou de modo natural, vai se tornando forçado. E tudo em nome da popularidade. Brigas, discussões, maldades aos poucos vão se tornando rotina. Para as líderes desses grupos ser popular deixa de ser amizade, companheirismo para se tornar “exibição” e esnobismo.


Na escola, seu desempenho despenca, pois não há tempo para fazer tarefas e trabalhos porque gastam seu tempo em buscar informações sobre a moda, as baladas do momento e criar maneiras para se exibirem. E para não ficarem retidas, exigem que suas seguiras façam as tarefas e trabalhos em seu lugar. E o preço que pagam é a consciência de que não dominam os conteúdos escolares, por isso, as mais inteligentes sofrem em suas mãos. A inteligência mais desenvolvida das impopulares as incomoda e serve de nova ameaça. Por isso, as odeiam e as rejeitam.
Também sabem que não deveriam agir da maneira que agem, mas ainda assim o fazem. E essa consciência lhes traz mais dúvidas e inseguranças.

E quando menos esperam, percebem que sua popularidade não existe mais. Porém, não se prepararam emocionalmente para este momento. Mas, como para elas a popularidade é sua razão de viver e de ser feliz, jogam suas últimas cartadas para mantê-la. Cedem aos desejos sexuais de seus “ficantes” ou de seus namoradinhos, experimentam drogas e álcool.

A reputação de uma garota é o mais importante para elas, seja aqui, nos Estados Unidos ou em qualquer parte do mundo. E uma vez perdida, ficará uma marca para sempre, principalmente numa sociedade machista como a que estamos vivendo. O fim da popularidade, a perda da reputação, o uso de drogas associado ou não ao abuso do álcool causam uma dor tão intensa e angustiante, que não deixam outra escolha a não ser afundarem-se ainda mais num lamaçal chamado “vulgaridade”.

É verdade que nem todas chegam a este ponto. As que chegam estavam se o apoio familiar, são vítimas do desamor, da rejeição e da autoridade extremada que, em vez de estender a mão e retirar do estado em que estão, são afundadas ainda mais nesse lamaçal. E muitas se suicidam como forma de aliviarem suas dores.


Por outro lado, está o grupo das impopulares, ou seja, das que não se enquadrar num grupo. As que veem suas inseguranças se acirrarem pela rejeição dos amigos e descuido das observações e atitudes familiares, podem ter o mesmo fim.

Outras, levam as marcas da infelicidade e da crueldade para sempre. Mas, felizmente, uma boa parcela consegue superar tudo. Passam a entender que entrar e sair de um grupo, é comum e normal.

Por isso, é dever dos pais estarem sempre atentos a todas estas mudanças de comportamento dos filhos. Sei que é muita coisa, mas é imprescindível. Regras claras (o que pode ou não ser feito pelos filhos) e valores morais, familiares e sociais devem ser exigidos e cobrados desde a infância. Conversas constantes sobre sexualidade para solucionar dúvidas e dar segurança devem acontecer desde a infância e sobre sexo desde os 10 anos (início da puberdade) com palavras simples de forma que entendam.


Na adolescência, conhecer o grupo de amigos e onde vão, a que horas voltam é importante. E quando chegam, perguntar como foi, se gostaram ou não, se eles se sentiram bem nesse local e se algo desagradável aconteceu e que os incomodou é mais que importante. Pergunte o que aconteceu com aquele amigo (a) que vinha sempre á sua casa e que agora não vem mais? Procure saber como seu filho se sente em relação a cada um dos amigos. Cuidado com os elogios aos amigos que vocês (pais) gostam e com as críticas que fazem aos que não simpatizam. Pode ter efeito contrário.

Mostre sempre em suas conversas que popularidade e amizade são coisas diferentes. A popularidade é política, superficial e passageira. Incentive a amizade, a generosidade e a convivência pacífica e tolerante com todos. Que a amizade é pessoal, leal e duradoura.


Em relação ao sexo, diga que tudo vem a seu tempo. Que não precisa ter pressa e tomar decisões apressadas. Que o amar é mais importante que “ficar”. Que é melhor dizer muitos “nãos” do que muitos “sins” sem pensar muito bem em como se sentirá depois.

sexta-feira, 1 de setembro de 2017

INFELICIDADE REAL - parte IV


Interessante esta imagem. Ela exemplifica muito bem o que é o real e o que é imaginação. E as infelicidades são assim assim: reais ou imaginarias como já vimos anteriormente. Descobrir que sua sexualidade está na contramão da maioria é uma infelicidade real.  E as dores psicológicas são mais fortes que qualquer dor física. A dor psicológica mais intensa e muito mais angustiante.

E em meio a toda essa dor, os jovens que descobrem sua sexualidade na contramão do que é comum, ainda precisam conviver com uma série de preconceitos na família, na escola, no trabalho e na sociedade em geral. E isto traz ainda mais dor.

Imagine como sofre alguém que, ainda muito jovem, descobre que sua sexualidade não é como todos desejam. Principalmente, porque até essa idade, ouvia seus pais dizerem o quanto esperavam dele ou dela. E agora, descobre que decepcionaram esses entes queridos. E por conta dessa decepção, muitos são banidos de sua casa e de sua família.


Não digo que essa descoberta não seja penosa para os pais e para os irmãos. Sim, é difícil, muito duro e causa sofrimento também. É como se o mundo desabasse sobre eles. Mas esse sofrimento não é maior do que o do filho homossexual ou do filho transgênero.

É um sofrimento diferente como a perda dos sonhos e das expectativas depositadas naquela pessoa. E eles não concebem a ideia de perde-las e, por isto mesmo, custam a entender o que se passa com o filho (a).


Muitos pais, principalmente os que sempre os superprotegeram ou tinham uma relação simbiótica (enxergando-os como extensão de si mesmos) com eles, custam a aceitar seja a homossexualidade ou transgeneridade, porque se sua sexualidade não é dessa maneira, os filhos também não devem ser. E fazem de tudo para “mudar” o filho(a) fazendo com que voltem a ser como eram antigamente.

Num segundo momento, a preocupação dos pais se volta para os outros. É uma preocupação enorme com que os outros vão pensar deles, ou seja, da forma como seus parentes e a sociedade) os julgarão deles como pais. Então se preocupam em descobrir onde falharam e onde está a sua culpa. E se houve um erro ou culpa nisto tudo, foi a de serem cegos para alguns sinais ou de não os terem ouvido em suas inquietações. De resto, não há culpas nem de um lado, nem de outro.

A descoberta da homossexualidade ou da transgeneridade simplesmente acontece numa época conturbada do desenvolvimento e, portanto, não há culpas a serem contabilizadas.

Um outro tipo de sofrimento real para esses jovens se encontra na escola. Ao mesmo tempo que se comparam com outros, os outros se comparam a ele. Os que possuem um poder de observação mais aguçado logo notam algumas diferenças. E começam as zoações, as brincadeiras, os apelidos negativos, os bulliyngs e inúmeras humilhações. E, se não bastassem as preocupações pessoais e familiares, tomam conhecimento de como serão tratados pela sociedade.

Como todo jovem querem ser amados e respeitados pelo que são e não pelo que parecem ser. E, mais uma vez, camuflam ou escondem sua verdadeira condição, o que lhes traz mais sofrimentos.


Em busca de trabalho, mais sofrimento. Se se declaram homossexuais ou trangêneros não arrumam um emprego pois são vistos como pessoas inábeis e incapacitadas para a função a ser desempenhada, como se a aparência fosse o item mais importante. Se escondem, conseguem o emprego mas, precisam estar sempre vigilantes para não serem descobertos. E quando isto acontece, são perseguidos por chefes e colegas de trabalhos ou que se afastam como se fosse algo pegajoso.


Se vão a baladas comuns, ao cinema, ao teatro ou simplesmente caminham pelas ruas sua atenção deverá ser redobrada, pois sempre haverá alguém que poderá lhe causar algum mal. Podem ser vítimas de injúrias, agressões físicas ou assassinatos.



Nas novelas tudo acaba bem sempre. Mas não é o mesmo o que acontece na vida real. O que a nossa sociedade é hipócrita e precisa urgentemente olhar os outros com mais respeito.