OBJETIVO DO BLOG

Este blog tem por objetivo orientar os pais que possuem filhos entrando ou vivenciando a adolescência. De orientar também os professores que lidam com eles diariamente,para que possam compreender suas dificuldades e ajudá-los ainda mais, pois, esta é uma fase complicada na vida dos jovens e, muitos pais e professores não sabem como agir diante de certas atitudes desses jovens. Pais e professores encontrarão aqui informações de médicos, psicólogos e teóricos sobre a educação dos adolescentes.

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

SEXUALIDADE NA CONTRAMÃO - PARTE III


Por uma condição biológica nascemos meninos e meninas e isto é um fato. E cabe ás famílias a formação dessas crianças. 

Pensando no significado do termo formação, originário do latim “formatio”, cujo sentido é “dar forma”, cabe ás famílias dar aos filhos, o formato que a sociedade quer. Por isso, todos nós enquanto pais ou filhos, sofremos com uma pressão da sociedade que quer que todos pensemos, agimos e sintamos da mesma maneira, como a massa de bolo colocada numa única forma para assar, para que sejam todos iguais.

Quando uma criança nasce, muitos desejos são depositados sobre ela. Desejo da família que quer que seja uma criança saudável, feliz, educada, honesta, estudiosa e que tenha muito sucesso na vida. Mas também há o desejo, ideais projeções individuais de pai e mãe de que o novo bebê seja igual a si mesmos ou que gostariam de ser. Já a sociedade não pensa dessa forma. Quer de cada bebê uma boa aparência. Essa boa aparência é o que conhecemos como “comportamentos adequados”, ou seja, que sejamos iguais para que possa progredir. E esses comportamentos sociais não passam de mera “convenção (padrão) social”.

Já repararam que apesar das boas intenções da família e da sociedade ninguém no que as crianças possam pensar, agir ou sentir? Pois é. A única preocupação são as próprias.

No entanto, a maioria das crianças acabam se adaptando a essas convenções e seguindo o caminho que lhes foi descrito. Mas existe uma minoria que é discriminada, vilipendiada em seus direitos como seres humanos, repudiada socialmente como aberrações da natureza, vítima de agressões físicas e morais, presa e assassinada por pessoas e governos preconceituosos simplesmente porque um pequeno detalhe: serem quem são. Sim, falo dos homossexuais e dos transgêneros. Mas vamos tratar desse assunto pela visão dos que passam por esse problema.


A homossexualidade e transgeneridade sempre existiram. Estavam presentes na Pré-História, na Idades Antiga e na primeira fase da Idade Média onde era vista com naturalidade. Porém, foi na segunda metade da idade Média, com o advento do Cristianismo, não pela religião e seus dogmas, mas pelas primeiras convenções sociais criadas pelos padres da época, os homossexuais (e outros que fugiam aos padrões de conduta da época), foram banidos do convívio social. Nas Idades Modernas e Contemporânea, algumas delas ainda continuam em vigor, embora muitas leis de conduta tenham sido modificadas ao longo do tempo. É por isso que, quando os adolescentes tomam conhecimento de quem e como são sofrem tanto.

Tudo começa na infância. Obvio que não nos primeiros anos de vida por ainda estarem conhecendo o mundo e descobrindo-se pessoas diferenciada de seus pais e irmãos. Mas depois que se descobrem meninos e meninas. E todos nós passamos por estas fases. A maioria se aceita como são porque se identificam de pronto com esse visual e com modo de ser.

Mas, para alguns, esse corpo é estranho. E um certo desconforto se instala e não conseguem definir essa sensação. Mas mostram esse desconforto em suas inocentes brincadeiras. Os meninos rejeitam os brinquedos que os meninos geralmente gostam e se empolgam com os brinquedos das meninas. E vice-versa. Brincam e trabalham com todos indistintamente.


Com o tempo e um pouco mais de maturidade, vem o convívio com outras crianças na escola. Na Educação Infantil se dão bem com todos. Mas, no início do ensino fundamental, as meninas preferem a companhia dos meninos.  Gostam das brincadeiras deles e participam mais ativamente delas. O mesmo acontece com os meninos, mas sua preferência são as meninas e suas brincadeiras. Mas se dão bem com todos e agem de forma natural. Os pais notam e se sentem ameaçados. Por isso, procuram e os aproximam de seus iguais. Mas o incômodo continua um pouco mais forte.

Um pouco depois, por conviverem mais com amigos do sexo oposto e gostar de estar e brincar com elas, os meninos são chamados de “maricas, mariquinhas ou outro nome com o mesmo valor”. Já as meninas, são chamadas “homenzinho, maria-homem, molecote ou outro qualquer”. Ficam enraivecidos, esbravejam e brigam. Mas a crueldade infantil é implacável e os alerta para uma dolorosa suspeita. E apesar de não acreditarem, ficam preocupados. Os pais por sua vez, certos de terem resolvido essa questão lá atrás, acham que essas “ofensas” é uma coisa normal, coisas de criança dessa idade.


Com a chegada da puberdade as coisas se complicam porque as dúvidas aumentam. Não se incomodam com as mudanças físicas que ocorrem durante a puberdade. Mas a certeza mesmo, acontece quando tomam consciência que estão deslumbrados (misto de paixão e admiração) por  alguém do próprio sexo. Aí caem na real. Procuram informação sobre o assunto na Internet, e ficam sabendo das consequências e dos perigos que podem vir a enfrentar. E, se por um lado se acalmam pelo fim de suas dúvidas, outras começam: contar ou não aos pais.

Embora saibam que é uma atitude inevitável, procuram adiá-la o mais possível, pois temem suas reações. E se martirizam novamente. Mas um dia, a verdade chega sem dó, nem piedade.


A família se assusta ao saber. Poucos são os pais que os entendem e apoiam. A maioria ainda os afastam do seu convívio como se fossem verdadeiras aberrações da natureza. Seu comportamento mais ou menos exagerado aparece com forma de proteção das ruas onde, geralmente, acabam. Acolhidos por outros gays ou sozinhos e sem ter com quem contar, amargam uma vida dura e cheia de discriminação. E muitos, se envolvem com o alcoolismo, nas drogas, por ambos ou na prostituição. 

Muitos homossexuais gays morrem vitimados pela homofobia.


OS TRANSGÊNEROS


Com os transgêneros a coisa é mais complicada. Demoram mais se assumir como são. Seu dilema ainda é pouco conhecido, mas isto não significa que seja uma novidade. Não é uma doença como todo mundo imagina, é simplesmente uma essência feminina num corpo masculino ou ao contrário, se forem meninas, uma essência masculina num corpo masculino. Para ambos, é um corpo que nada tem a ver com sua alma, seu espírito ou essência.


As mudanças físicas os incomodam demais. Os pelos no rosto e no corpo, o formato dos músculos, as roupas que usam são um transtorno para os meninos. Há noticia na mídia que um menino transgênero tentou cortar o pênis por não aceitá-lo em seu corpo. Até seu nome é um tormento ao ser pronunciado por eles ou por outras pessoas. 

Os seios, o arredondamento dos quadris e a chegada da menstruação são terríveis para as meninas. A vontade que sentem é de interromper essas mudanças, embora nada possam fazer com quanto a isso. Então, procuram esconder seu corpo, evitam trocar-se diante de outras pessoas, de falar de suas dúvidas. De algum modo evitam os gestos mais delicados (meninos) ou mais bruscos (meninas) adquiridos com a convivência com o sexo oposto. E essa difícil tarefa de esconder-se, traz mais insegurança.

E quanto mais se escondem e experimentam uma adequação a esse físico eu lhe é tão desconhecido, mais sofrem. E para evitar tanta dor, muita terapia é feita. Mas um dia, explodem e a verdade nua e crua vem a tona.

Muitos tentam cirurgias de mudança de sexo. Mas muitos outros depois de saberem de transgeneridade preferem ficar como estão. Vestem-se, adotam posturas e pensamentos femininos ou masculinos, conforme sua predisposição.

Muitos transgênicos cometem suicídio quando não encontram o devido apoio que tanto necessitam.


Precisamos fazer aqui uma ressalva. Embora homens e mulheres de acordo com sua essência e se vistam com roupas masculinas ou femininas podem não ser transgêneros, mas transformistas.


Transformistas são homens heterossexuais, bissexuais ou homossexuais que se vestem com roupas femininas por opção ou para realizarem um trabalho artísticos, apresentando-se em shows ou musicais realizados em casas noturnas.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

A DESCOBERTA DA SEXUALIDADE – parte II

A INFELICIDADE DOS ADOLESCENTES


Todo adolescente possui bons sentimentos. Seus ideais são positivos e elevados pois querem estar bem, amam sua família, seus amigos, gostam do bairro, cidade e o País em que vivem. Gostam de ter autonomia e, muitas vezes, brigam por ela com os genitores. Muitas vezes, mesmo lutando pela autonomia, não lhes resta outra alternativa a não ser fugir de casa, abandonar a escola e os estudos ou procurar um emprego porque agem de modo radical, do tudo ou nada.


É preciso que os adultos entendam que tudo o que acontece com os adolescentes está recheado de intensas emoções. E que, nesta fase de suas vidas, tudo é realizado com pouca base real e muita ilusão.

Os projetos mirabolantes que fazem para melhorar a sociedade e o país, os recursos de que dispõem para conseguir autonomia, as estratégias que utilizam para chamar a atenção dos genitores para sua pessoa ou desejos e necessidades apresentam muita fantasia e pouca realidade. Poucos são os que realizam esses ideais para si mesmos e para os seus. O mundo parece desabar sobre suas cabeças. E como sofrem! Mas, isto passa muito rápido. Dois ou três dias e tudo volta ao normal.


INFELICIDADES REAIS


Há algumas infelicidades que são reais como: a perda de um parente ou amigo querido, o afastamento dos amigos por conta de uma mudança de escola ou cidade, discussões com os pais, o término de um namoro, a impopularidade ou ser impopular. A infelicidade dura um tempo maior, mas também passa com o tempo.

Os namoros dessa idade são um bom exemplo disso. No início, parecem “flutuar nas nuvens” de tanta felicidade. Acreditam que será para sempre e que o final será muito feliz, como acontece nos contos de fada. E não importam as dificuldades desde que fiquem juntos. No entanto, quando o namoro termina, é um “Deus nos acuda”. Sofrem demais. Choram, ficam tristes, isolam-se, não querem conversar com ninguém e, muitas vezes, perdem o apetite.

Se é ruim e doloroso para os jovens que tiveram uma educação menos protetora, com regras claras e valores familiares a serem cumpridos na infância e que aprenderam, aos poucos, a lidar com as frustrações da vida, imagine para os que passaram a infância toda vivenciando a superproteção ou a simbiose. Estes, nunca experimentaram as frustrações e não sabem lidar com elas porque sempre tiveram alguém que resolvesse por eles as questões mais complicadas.

Sabemos que lidar com as frustrações não é nada fácil. Nem mesmo para os adultos mais experientes e equilibrados. Imagine ter que lidar com as perdas. Infelizmente, sofrerão em dobro.


Faz parte do desenvolvimento emocional de crianças e jovens, a vivência de experiências desagradáveis. Elas servem para que aprendam a lidar com elas, para que amadureçam e se tornem pessoas mais fortes. É claro que ninguém gosta destas experiências, pois trazem sentimentos ruins, amargos e dolorosos. Mas precisam aprender a se adaptar às diversas situações. O mundo e a vida não eternamente um “mar de rosas”. E mesmo que fossem, precisaríamos aprender a nos defender dos espinhos.

INFELICIDADES IMAGINÁRIAS


A maioria deste tipo de infelicidade tem a ver com coisas que são frutos da própria imaginação. isto porque estão numa fase em que todos os seus projetos e desejos vão muito além de suas possibilidades. Não é diferente com seus medos e infelicidades.

Quando a adolescência tem início (por volta dos 14 anos), seu corpo já está bastante modificado. É o momento de novas transformações, mas desta vez, internas. Essas mudanças internas têm a ver com a produção das células e hormônios sexuais e eles vem acompanhados de uma série de sensações que não tinham antes. Os jovens ainda não compreendem essas sensações. Por isso, aparecem os conflitos internos que se misturam com as questões morais aprendidas desde a infância. E daí, os medos, angústias e vergonha.

Mas medos, angústias e vergonha do quê?


Os garotos temem, se angustiam e se envergonham com as ejaculações noturnas e vestígios que deixam e as ereções diurnas que ocorrem sem que esperem em qualquer lugar e a qualquer hora.

E com as meninas não é diferente. Envergonham-se dos seios e do corpo, e do receio da menstruação chegar a qualquer momento, embora torçam para que isso aconteça o mais breve possível. Também temem as sensações e não sabem o que fazer com elas quando de repente aparecem.

E as perguntas são sempre as mesmas para ambos os sexos: O que fazer? Devem atender a “coisa instintiva” ou não? E se os outros perceberem? Como ficará se descobrirem que estão sentindo? Será que estou dando “bandeira”? A quem devo falar sobre isso? Em quem devo confiar? O que me acontecerá?


E como normalmente os pais evitam falar sobre sexo com os filhos, recorrem a um amigo(a) mais chegado(a). Esse, mais “esperto(a)”, resolve instruir o(a) amigo(a) novato(a). E enfia uma série de inverdades e mitos em suas cabecinhas preocupadas. E em vez de ajudar, acabam por colocar mais preocupação. Isto quando não dão o endereço de sites pouco confiáveis onde aprendem da pior forma possível ou quando saem contando para todos os amigos o que está acontecendo com esse(a) “novato(a)”. Envergonham-se das brincadeiras que fazem com ele(a), da falta de confiança depositada em alguém que não soube guardar seu  “segredo pessoal”.

A dor da vergonha se mistura com a dor do medo e a angústia se instala. E isso os deixa muito, mas muito infelizes mesmo. Muitos deixam de comparecer às aulas por causa das brincadeiras de mau gosto ou passam a tirar notas mais baixas porque se distraem tentando compreender o que lhe acontece ou tentando achar uma solução para este. E sem atenção, menos concentração. O que gera mais broncas, sermões e cobranças dos professores e dos pais.


E o medo, a vergonha e a angústia geram um estado de infelicidade e que vem acompanhada de mudanças de comportamento, tais como: o aumento considerável dos medos, da falta de consideração para com os outros, da grosseria e a aspereza no falar e das gírias próprias de grupos pouco conceituados. Ficam mais: intolerantes com os outros e chegando a insultá-los; ficam mais reservados ao tratarem assuntos pessoais e mais exigentes com relação ao dinheiro e que é gasto com coisas para eles mesmos. Ficam mais rebeldes e o contrário do que lhes foi ensinado ou pedido. Repudiam e desdenham de qualquer tipo de sentimentos e são mais reservados com relação aos membros da família. Se vestem de forma excêntrica (em estados mais graves usam andrajos e sujas), mas se enfeitam excessivamente. E, por fim, evitam encarar o(s) motivo(s) de suas tristezas de frente e preferem fugir deles.

Com o tempo vão encontrando um estado de equilíbrio entre o que sentem e a forma que se comportam. Aprendem a controlar seus instintos e encontram uma forma mais adequada de satisfazer suas necessidades sexuais.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

A DESCOBERTA DO SEXO - 6º MOTIVO


Desde que nascemos, os seres humanos passam por uma série de transformações físicas. O bebê cresce e se transforma em criancinha (1ª infância), esta se transforma em criança (2º infância), que por sua vez se transforma em púbere (1º estágio da adolescência – dos 12 aos 14), depois em adolescente (2º estágio dos 14 aos 16 anos e no 3º estágio, dos 16 aos 18 anos), em jovens (dos 18 aos 21), adulto (dos 21 aos 60- 65 anos) e daí para a frente, em idosos. E ninguém escapa delas.

Quem nunca ouviu uma criança dizer que “gostaria de ser gente grande”? Elas dizem isso porque ainda não compreendem que todo crescimento traz perdas e ganhos. Vejam só: ao andar, o bebê perde o colo e em contrapartida, ganha a liberdade de ir e vir, de correr e pular. Ao chegar na 2ª infância, a criança perde algumas horas do convívio familiar para ir à escola, mas ganha autonomia para ler e se comunicar com mais desenvoltura. Na puberdade, os jovens perdem o status de criança e com essa perda, suas mordomias. No entanto se preparam para serem adultos e com isso, ganham um horário mais flexível para dormir, ganham mais amigos, podem ir e vir mais livremente, cuidam mais de si mesmos. E assim vai sempre ganhando coisas novas e perdendo as velhas conquistas.

Ganhar e perder fazem parte de nossa vida. E nessa troca surgem mudanças na forma de ser, pensar e agir. Mas toda troca não é fácil, como optar entre duas camisas, por exemplo. As trocas pessoais, embora benéficas, sempre trazem consequências emocionais, mesmo para os mais equilibrados emocionalmente.
As trocas da adolescência são importantes e trazem dor emocional. Mas o resultado é positivo. Em contrapartida, a adolescência é uma fase muito marcante para todos e ninguém sai isento dela porque faz parte do desenvolvimento.


Quando as transformações físicas começam, para os adolescentes parecem não terem fim. Por isso, é uma fase de muita angústia e ansiedades. É uma fase em que não se consideram crianças, nem adultos. Já não sabem mais como devem agir e se comportar, pois o que lhes era permitido antes, agora são proibidos. E, se desejam ter a mesma autonomia ou comportamento dos adultos, também são proibidos por não terem a idade suficiente. Esse não saber quem ele (a) é (quando antes tinha certeza) traz muitos medos e angústias.


Em contrapartida, os pais ficam mais exigentes, lhes dão mais tarefas a cumprir, exigem mais responsabilidades, cobram menos brincadeiras, são mais exigentes quanto aos estudos e possam escolher uma boa profissão ou buscar um trabalho. Mas os tratam como crianças. Acham que não sabem das coisas e que ainda dependem deles e exigem obedecer sem discutir.

Embora seja compreensível esta atitude dos genitores, porque se acostumaram a agir dessa maneira e cuidando de tudo desde que nasceram, os pais devem “adolescer” junto com os filhos. E não quero dizer que devam fazer tudo o que os adolescentes fazem, mas compreender o que se passa com eles.  Saber que os filhos os amam e que precisam deles, do seu carinho, de sua atenção e de orientações sobre os sentimentos, os comportamentos e atitudes. E para adolescer, basta relembrar sua própria adolescência em termos de sentimentos, medos, angústias e preocupações. Infelizmente, muitos pais nem sabem o que seus filhos pensam, quanto o que sentem. E aí se misturam com outros sentimentos e emoções complicando tudo. Dessa maneira, os adolescentes ficam mais rebeldes, respondões e mais críticos. Querem reformular as regras (familiares e sociais) e o mundo. Nada está certo para eles. E junto com os amigos, o mundo será melhor. Coisas da idade.


Em meio a este turbilhão de sentimentos expressos ou não, surge um novo problema: a descoberta do sexo. Desde a infância, já se descobriram meninos e meninas. Mas o sexo é algo novo.


Esta descoberta começa quando o púbere passa a olhar com admiração para uma colega ou vice-versa. É ainda uma situação platônica, distante, semelhante àquela em dizia que uma menina era sua namorada só por sentar-se emparelhado com ela na escola. Mas é a insistência desse olhar que chama a atenção. Depois sente falta ou fica triste, se o objeto do seu olhar não está por perto. E quando isto acontece, começam as preocupações.


O segundo passo é perceber-se notada. Não importa onde esteja, sempre haverá um olhar de admiração direcionado a ele (a). Principalmente para as garotas, estes olhares são muito importantes. E mais, não importa a idade, o estado civil ou fator econômico de quem olha. Basta que olhem para que se sinta notada e ficará feliz. Mas, se não ocorrem, com certeza, ficará muito triste e aborrecida. E isto não significa que daí surgirá um relacionamento.


O terceiro passo é o namoro. O que é namoro? Como se faz isso? Quando beijar?  Até onde posso ir no namoro? O que é amar? E como saber se amo? E é aqui que os pais são mais importantes que nunca. Eles não querem saber sobre as doenças sexuais ou o aparelho reprodutor, pois estas informações eles já têm na escola. O que eles querem é saber da parte prática, aquilo que os pais já experimentaram e sabem. 

E a primeira coisa que os pais devem informar aos filhos é o sexo é uma coisa bonita e bem aceito por Deus (ou outro conforme sua religião). Que o sexo não tem nada de nojento ou de mau. E se não tem coragem de falar sobre isso, compre livros ou permita a busca na internet em sites seguros e de sua confiança para leiam, pesquisem e conheçam, discutam com os familiares e amigos, emitir opiniões e ouvir as réplicas, para depois experimentar. Só com muito conhecimento e orientações seguras dadas pelos pais é que os jovens estarão bem informados no teórico e no prático. Então, não farão escolhas ruins porque agirão com responsabilidade, amor a si próprio e encararão tudo com naturalidade. Mas deixar claro que o sexo que exige autoconhecimento, respeito a si mesmo e aos outros e exige responsabilidade acima de tudo.


A adolescência é uma fase de muitos medos, de inseguranças e ansiedades, de angústias e dúvidas, e certamente, muitos conflitos, confusões e de contradições. E os pais devem aprender a lidar com isso e agir da maneira mais natural possível.