OBJETIVO DO BLOG

Este blog tem por objetivo orientar os pais que possuem filhos entrando ou vivenciando a adolescência. De orientar também os professores que lidam com eles diariamente,para que possam compreender suas dificuldades e ajudá-los ainda mais, pois, esta é uma fase complicada na vida dos jovens e, muitos pais e professores não sabem como agir diante de certas atitudes desses jovens. Pais e professores encontrarão aqui informações de médicos, psicólogos e teóricos sobre a educação dos adolescentes.

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

COMO A IGREJA CATÓLICA VÊ O HOMOSSEXUALISMO?

Antes de continuarmos falando sobre a homossexualidade, precisamos entender alguns pontos importantes.


A Igreja Católica Romana possui como partes essenciais de sua doutrina a “Palavra” e “os sacramentos”. A “Palavra” refere-se aos ensinamentos do Evangelho. Já os sacramentos são rituais que visam manter e fortificar a fé dos fiéis. Por meio desses rituais os fiéis recebem as “graças divinas”. O batismo, a confissão, a comunhão, a penitência, a extrema-unção, a ordem e o matrimônio são sacramentos e foram instituídos por Jesus Cristo como “sinais ou gestos da bondade divina”. Segundo a Igreja Católica Romana, os sacramentos são necessários para a “salvação” dos fiéis e para que alguns momentos da vida cristã receba um ar de sacralidade.


Se o matrimônio é um sacramento, o comportamento sexual é quase isso. Para a Igreja Católica Romana, a bênção recebida na cerimônia de casamento o torna “sagrado” para sempre. Os sacramentos são dados uma única vez para cada pessoa, com exceção da confissão e da penitência. Um sacramento recebido vale para a vida inteira, daí o sacerdote dizer a célebre frase “até que a morte os separe”, quando o casamento termina. Já o comportamento sexual entre o homem e a mulher é “tolerado” por servir à procriação. Portanto, tudo o que for diferente disto, não é sagrado. E se não é sagrado é visto como pecado.

Para essa Igreja, um segundo casamento, aborto não naturais, sexo antes do casamento e atos sexuais entre pessoas do mesmo sexo são “pecados graves”, pois contrariam a ideia de sacralidade do casamento e dos sacramentos.

A homossexualidade é vista como antinatural e acreditam ser incompatíveis com as leis da natureza. Afirmam que um homossexual não vem da complementaridade afetiva e sexual genuinamente concedida pela graça divina durante a benção do casamento. O mesmo acontece com outras formas em que a sexualidade se faz presente: sodomia, contracepção, pornografia e masturbação. Portanto, quem age destas formas estão em pecado.


A Doutrina Católica Apostólica Romana esclarece que estar atraído ou sentir desejo homossexual não é pecado por si só porque é um ato involuntário. O pecado passa a existir quando a pessoa se deixa levar por eles e, consciente e voluntariamente, pratica e se deleita de prazeres com o ato sexual com pessoas do mesmo sexo. É pecado também ter fantasias a esse respeito.

Aos homossexuais a igreja Católica aconselha castidade, ou seja, abster-se da pratica sexual motivados pelo autodomínio, força de vontade, pela oração e pelos sacramentos já recebidos. Acreditam que com estas práticas, pouco a pouco, chegarão a uma “perfeição cristã”.


No entanto em seus pronunciamentos ao mundo, o Papa João Paulo II, afirmou e reafirmou a “Carta Homosexualitatis” como a opinião da Igreja sobre os homossexuais. A carta diz que o problema do homossexualismo é o comportamento ruim e desordenado. Portanto, um problema moral que deve ser combatido. Mas reprova a violência, o preconceito e a discriminação contra os homossexuais e incentiva e aconselha os fiéis fazerem o exercício do perdão, ou seja, acolherem essas pessoas com delicadeza, respeito e compaixão.

Apesar desse discurso bonito, cheio de boa vontade e com ares de modernidade, em 3 de junho de 2003, a Santa Sé emite um documento proibindo que sejam feitas as uniões matrimoniais entre pessoas do mesmo sexo sob a alegação de ser antinatural, de ser falta de respeito á dignidade humana, inadequada á dimensão conjugal que representa a forma humana e ordenada das relações sexuais, que não servem para a procuração e que falta a esses parceiros a experiência da maternidade ou da paternidade. O documento fala também do “perigo” que as crianças correm ao serem inseridas em um ambiente homossexual. Adotar e criar uma criança, seria uma “violência” ao seu pleno desenvolvimento humano, visto que poderia ser influenciada a tornar-se homossexual também, já que ainda é um ser indefeso e imaturo. O documento foi debatido e recebeu muitas críticas pelo mundo a fora, inclusive de muitos padres, bispos e cardeais.



Desde agosto de 2005, a Igreja Católica proíbe que homossexuais (com “tendências enraizadas” ou que “apoiem a cultura gay”) sejam seminaristas e se tornem padres por um documento assinado pelo Papa Bento XVI.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

AS RELIGIÕES E A SEXUALIDADE

EM LINHAS GERAIS

Todas as religiões preocupam-se com a questão da sexualidade. Muitas delas veem o sexo como dádiva divina. Dessa maneira, as comunidades religiosas ganham status de legalidade para estudar, orientar e criar normas que determinarão a vida dos fiéis.

Como em outras instituições, o primeiro contato com a religiosidade é sempre familiar. A família ensina aos mais novos alguns preceitos, os levam aos cultos e passam alguns valores morais. Portanto, todo fiel sabe ou tem ideia do que lhe será exigido em termos de normas e de padrões de comportamento. Bem mais tarde, porém, é o próprio indivíduo quem decide se permanecerá nesta ou procurará outra religião.

Todas as religiões prezam e orientam seus fiéis para uma boa conduta moral. O objetivo é formar as pessoas para que se comportem adequadamente em várias situações. E para isso, procuram divulgar os padrões de comportamento por acreditarem que eles são o “ideal”. E o fazem o mais frequentemente possível.


Dentre esses padrões de conduta estão os temas: família, sexualidade e as práticas sexuais. A maioria das religiões acreditam que o sexo é “uma energia vital” e, portanto, um presente do Divino. Com relação ao prazer sexual, acham que merece atenção e cuidado.

Para todas as religiões, a família é um agrupamento fundamental. Porém, só a consideram se for legitimada, ou seja, constituída por um homem e uma mulher unidos pelos “laços sagrados do matrimônio”. 



Após o casamento as práticas sexuais são liberadas. O sexo visa apenas a procriação para a manutenção da espécie humana. Se o casal ao se relacionar sexualmente e desfrutar do prazer carnal estará sendo abençoado pelo Divino. Mas, se não obtiver prazer, estará cumprindo ao objetivo da procriação. Segundo essa maneira de pensar, o casamento atua como uma forma de coibir os abusos, controlar o desejo sexual e manter o ato sexual na esfera do sagrado. 


Assim, a prática sexual realizada antes ou fora do casamento incorre em pecado grave. Ele será mais grave ainda se os parceiros forem do mesmo sexo. E como toda rebeldia ao padrão estabelecido, merece ser contida e punida. 

Mas as religiões também falam em “perdão”. O fiel que se arrepender profundamente da falta cometida e lutar para não voltar a cometê-la, poderá ser perdoado. O controle do desejo sexual e o celibato são as orientações mais frequentes para esse perdão.


Embora as religiões estejam um pouco mais abertas ás modernidades da vida atual, algumas delas não abrem mão de seus dogmas.

quarta-feira, 2 de setembro de 2015

NO PENSAMENTO DE JACQUES LACAN...

Jacques Lacan é um psicanalista francês, que viveu de 1901 a 1981, portanto, mais do nosso tempo. Na juventude, foi discípulo de Sigmund Freud, mas atreveu-se a discordar das ideias do mestre com relação à homossexualidade que era muito repressiva e voltada para a moral e os “bons” costumes.

Segundo os críticos e estudiosos do trabalho, obras e pronunciamentos de Lacan afirmam que no começo da carreira, Lacan também se referia a homossexualidade como uma “perversão”. Mas, justificava que não via nada de patológico ao usar o termo. Usava o termo porque contrariava os costumes da época. E como tal, poderia ser corrigida.

Para as ciências nada é definitivo. O que parece certeza hoje, pode ser mudado amanhã ou no mês, ano ou década seguintes. Basta que se descubra um fato novo. E foi o que aconteceu.



Nos anos de 1960 a 1980, a humanidade vivia anos de inúmeras e intensas transformações sociais. E dentre elas a do erotismo humano. Enquanto isso, nas universidades norte americanas surge um movimento pró-gays e lésbicas e textos de trabalhos acadêmicos sobre a homossexualidade e que abriam longas discussões sobre os termos “heterossexual”, “homossexual” e outros, pois não eram apenas resumos das ideias e confrontamentos das ideias dos grandes psiquiatras e psicólogos da época, mas relatos de experiências vividas por gays e lésbicas. Trabalhos de qualidade que colocavam em dúvida os antigos comportamentos, traziam ideias novas sobre a sexualidade e sugestões para um tratamento mais natural e de respeito sobre o assunto. Textos que, a partir de 1980, se tornariam conhecidos no mundo todo e por causa deles se desencadearam muitos movimentos sociais.


Lacan pensava muito e dedicava longo tempo de estudos sobre essas transformações. Via nas condutas humanas inúmeras variações: algumas condutas eram deixadas para trás e substituídas por outras. As pessoas passaram a escolher o que era melhor para elas: manter um comportamento rígido a séculos ou mudá-los para outro mais moderno, mais livre e menos criterioso. E isto nada tinha a ver com doença ou perversão.


Lacan leu os trabalhos universitários e se pôs a pensar: se os comportamentos humanos são baseados em escolhas, a sexualidade humana também seria assim. E pensando dessa maneira, pronunciou num evento científico que, a razão principal e única causa da homossexualidade seria a da “escolha” pessoal.