OBJETIVO DO BLOG

Este blog tem por objetivo orientar os pais que possuem filhos entrando ou vivenciando a adolescência. De orientar também os professores que lidam com eles diariamente,para que possam compreender suas dificuldades e ajudá-los ainda mais, pois, esta é uma fase complicada na vida dos jovens e, muitos pais e professores não sabem como agir diante de certas atitudes desses jovens. Pais e professores encontrarão aqui informações de médicos, psicólogos e teóricos sobre a educação dos adolescentes.

quinta-feira, 30 de julho de 2015

A HOMOSSEXUALIDADE E A CIÊNCIA

Desde que o mundo é mundo, as ciências sempre existiram. Cada povo tinha a sua, praticada por observações cotidianas. Uns se destacavam na construção de cidades, outros na agricultura ou na pecuária e, outros, na arte de curar. E é esta última que nos interessa.

A arte de curar pessoas dos seus males é antiga. Nas sociedades tribais e na antiguidade os curandeiros eram os principais responsáveis, fazendo mandingas e chás de ervas. Outros povos praticavam rituais em que a arte da cura estava ligada aos deuses. Alguns povos da antiguidade merecem destaque. Os egípcios, por exemplo, praticavam as “trepanações” (perfurações de crânio) para a saída dos espíritos maléficos que deixavam as pessoas doentes.


Os gregos acreditavam que os males corporais eram o resultado de um desequilíbrio dos líquidos, isto é, que havia um excesso de produção sanguínea, por isso, praticavam as “sangrias”. 

Um filósofo, matemático grego chamado Galeno ficou famoso por ter curado uma pessoa muito rica. Com prestigio e muita fama, Galeno foi viver em Roma, o maior centro cultural e político da época. E vive lá de 162 até 192 a/C. 

Depois de ter dissecado um animal e observado os órgãos internos, Galeno passou a acreditar que o corpo das pessoas poderia ser parecido com o dos animais.


Para demonstrar como seria esse corpo humano, Galeno construiu um modelo cheio de ossos, músculos e órgãos internos e o levava para mostra-lo nas reuniões com outros “médicos”. 


A notícia espalhou-se pelo mundo conhecido. Muitos “médicos” correram para Roma para conhecer a novidade. Muitos deles permaneceram lá para estudar e acabaram fixando residência. Assim, a MEDICINA se tornava uma ciência.


Mas, na Idade Média, a Medicina encontrou grande resistência por parte da religião, proibindo veementemente as dissecações e o estudo das partes internas do corpo com a justificativa de que o corpo humano era sagrado e intocável. Mas as sangrias eram permitidas e usadas para todas as doenças.

No século XV (1401 a 1500) as dissecações voltaram a ser permitidas. Mas só podiam ser feitas em criminosos condenados a morte. E assim, a medicina passou a se desenvolver. E evolui vertiginosamente a partir do século XVI. O conhecimento do corpo e de muitas doenças e seus tratamentos são descobertos e outras tantas que ainda precisavam ser. Mas, nenhum médico se preocupava em estudar ou emitir uma opinião mais radical sobre a homossexualidade, apesar de que não ignoravam sua existência. Apenas evitavam o assunto ou eram muito discretos.


No entanto, no século XVII surgiu uma onda de promiscuidade, incluindo um aumento da atividade homossexual, e das doenças venéreas que se alastravam por todos os cantos. Esse fato fez com que atitudes mais drásticas fossem tomadas pelos governos. Surgem então, os primeiros grupos radicais contra o homossexualismo e os primeiros grupos a lutar pela liberdade individual. Por sua vez, os médicos começaram a se preocupar com a homossexualidade, mais na cura das causas e sintomas das doenças venéreas do que sobre a prática sexual. Foi quando a homossexualidade (principalmente a masculina) passou a ter maior visibilidade. No século XX, uma quantidade de homossexuais se projetaram no cenário artístico geral (pintura, literatura,política) e em outros campos do conhecimento e preocuparam os governos do mundo todo. Enfim, os médicos voltaram os olhos para esta questão.

Nesses estudos algumas questões foram levantadas:

A homossexualidade poderia ser hereditária? Depois de muito questionarem, examinarem pessoas e de muitos debates chegaram a conclusão de que a homossexualidade não era hereditária visto que há pais heteros possuem filhos homossexuais enquanto que seus irmãos são heteros.

Poderia ser inata? E como saber se as manifestações sexuais começam a surgir pelo menos uma década após o nascimento?

Se não é hereditária, nem inata, poderia ter o ambiente como agente causador? E quantas pessoas vivem em ambientes promíscuos e não são homossexuais? E quantos vivem em ambientes sadios e ricos em estimulações positivas e são?



Com a descoberta do DNA e a acessibilidade a este exame, os médicos passaram a investigar esta nova fonte de dados. E chegaram a conclusão que no corpo dos humanos não existe um gene específico para a homossexualidade. No entanto, o estudo dos genes, os médicos descobriram uma proteína (a MEs) que recobre os genes como se fosse uma nuvem. Essa proteína teria como função ligar e desligar determinados genes. Os genes são passados por hereditariedade, mas acreditava-se que os MEs não eram transmitidos no momento da fecundação. Nesse caso, o bebê não receberia essa proteína do pai ou da mãe. No entanto, essa proteína pode ser encontrada em alguns pesquisados, bem como em um dos pais. No entanto, essa proteína foi encontrada em outras partes do corpo. Portanto, até o momento, não há garantias de atuam especificamente nos genes sexuais.

Todos os bebês em formação, em condições normais, criam suas próprias MEs para atenuar ou equilibrar os níveis de tosterona produzidos pelo corpo de suas mães. É sabido que altos níveis de testosterona em embriões femininos podem masculinizá-los e baixo nível de testosterona em embriões masculinos pode feminilizá-los. Seria isto que influenciaria, mais tarde, a escolha de um parceiro sexual do mesmo sexo? Até o momento a ciência não tem uma resposta definitiva para esta questão. E sem respostas, prefere afirmar que não existem causas orgânicas que justifiquem a homossexualidade. Pelo menos, até que se prove o contrário.



O que sabemos com certeza é que não é escolha. Ninguém escolhe ser homossexual. Se fosse, poderia ser facilmente convencido a mudar de opinião. Ou, vivenciando o preconceito, mudaria rapidamente para não sofrerem as injúrias e o desprezo social. Não escolhemos um parceiro amoroso como escolhemos uma calça ou uma blusa que vemos numa vitrine. O parceiro amoroso é encontrado por acaso, sem hora e lugar marcados. É, simplesmente, algo que acontece.


Existem muitos ex-maridos, ex-namorados, ex-patrões, ex-funcionários. Mas não existe ex-homossexuais ou ex-heterossexuais. Podemos mudar de atitudes, de comportamentos, de opinião, de ideia, da forma de pensar porque são coisas que dependem do momento, da situação, dos projetos. Mas não se pode mudar os sentimentos, as emoções ou os desejos mais íntimos. Feliz ou infelizmente, não temos esse poder.

segunda-feira, 20 de julho de 2015

A HOMOSSEXUALIDADE E A IDEIA DE PECADO

Tudo começou com a queda do Império Romano em 476 a/C e quando  a Idade Média, um período de tempo desse ano até o século XV. Nessa época, Roma fora invadida por povos bárbaros e o povo fugiu para os campos. Foi um período difícil.


As mulheres, crianças e idosos tentavam a vida em lugares cada vez mais distantes. Trabalhavam nos campos plantando pequenas roças para a sobrevivência. Os rapazes e homens eram arrebanhados para formar grandes exércitos que defendiam o pouco que lhes havia restado: a terra. Muitos morreram nessas batalhas que duraram anos a fio. A vida era solitária longe da família e foi uma época que difundiu os estupros, a pederastia e o homossexualismo.


Mas não era só o populacho quem ia para o campo. Os nobres e imponentes generais também foram. Estes, acostumados ao luxo e conforto, mas principalmente à luta pelo poder, dominavam grandes quantidades de terras, que ficaram conhecidas como feudos. Os senhores feudais lutavam entre si com o objetivo de conquistarem cada vez mais terras. A população mais simples e pobre era rendida facilmente. E se transformavam em servos e escravos.


Para garantir o poder e os domínios, os senhores feudais precisavam de exércitos. Eles buscavam os soldados (ou guarda) entre a população de servos e os remanescentes das guerras. E quanto maior a quantidade de terras, maior era o contingente dos exércitos feudais. A guarda ficava aquartelada nos castelos por longo tempo, esperando o momento de novas lutas ou defendendo seus senhores em viagens em busca de novas terras. E o homossexualismo corria solto.
Os senhores feudais obedeciam a seus próprios interesses, ao Papa e ao rei. Por isso, mesmo sabendo que havia pederastia e homossexualismo entre seus soldados, não dizia nada por acharem que as necessidades sexuais deviam ser satisfeitas de alguma forma.


Os padres da época eram pessoas pobres, incultas, eremitas e bonachonas. Viviam entre a população e atendiam aos doentes quando necessário, além de levarem os ideais cristãos á população. Por isso, sabiam do homossexualismo, estupros e casos de pederastia que acontecia nos castelos, mas fechavam os olhos diante da situação. Diante do poder, era melhor calar. Muitos deles também eram homossexuais. Dessa maneira, as práticas homossexuais eram consideradas comuns e necessárias.

No século V, surge uma novidade. O cristianismo tinha muitos adeptos e tentava se projetar como uma instituição religiosa de caráter universal. Para isso, precisava ter uma estrutura estável e hierárquica. Foi então que a igreja se dividiram em padres, bispos e Papa. Mas para que tudo funcionasse era preciso definir a função e as obrigações de cada um. O Papa era a autoridade máxima. Os bispos eram os representantes legais do Papa nas províncias e os padres comuns atenderiam a população. E durante os séculos V e VI o trabalho religioso se viu às voltas em firmar esta estruturação e na construção de mosteiros em lugares distantes e pouco habitados.


A vida no interior dos mosteiros não era fácil. Além das obrigações religiosas e da meditação, a reclusão e o distanciamento das outras pessoas obrigava os padres e monges a uma vida solitária, austera, embora fossem levados a esta vida por vontade própria. A disciplina religiosa e corporal, os trabalhos diários (cozinha, limpeza, lavoura) e divididos entre todos marcava a vida comunitária dos mosteiros. Além disto tudo, a obediência ás normas religiosas e às ordens do padre superior também eram rigorosas. A vida monástica apresentava-se como modelo civilizador e moralizador e é nessa época que o celibato (a renúncia dos prazeres carnais) foi instituído.

A vida nos mosteiros foi um campo fértil para as práticas homossexuais. Uma regra, a Regra de São Bento, que exigia que os mosteiros tivessem uma cama para cada monge. Porém, eles dormiam no mesmo quarto com padre mais antigo. Por outro lado, uma outra regra, a de Cluny, proibia que os noviços ficassem sozinhos, inclusive a noite, sem que fossem vigiados por um padre orientador. Assim, tudo o que faziam (incluindo as necessidades fisiológicas) tinham que ser acompanhados.
No entanto, ás escondidas, a homossexualidade entre alguns monges e padres continuava acontecendo. Os homossexuais agiam como uma espécie de bullying entre alguns desafetos ou como forma de intimidação para conquista de algum privilégio ou regalias dentro do mosteiro.


No meio urbano, as práticas homossexuais entre jovens solteiros era muito frequente. O governo de algumas cidades instituiu uma lei que obrigava os jovens masculinos a se casarem mais tardiamente possível. Ao contrario, as moças casavam bem cedo.
Os padres pregavam sobre a moral e os bons costumes e sobre as medidas pelas autoridades nessas cidades promovendo discussões a esse respeito. Dessa maneira, a Igreja se posicionava contrária a prática homossexual. Mas, a prática continuava.
Por isso, a Igreja decidiu imputar algumas penalidades a quem as praticasse. A primeira era a de acusá-los de heresia. Porém, alguns mais afortunados explicava a situação afirmando que os encontros não eram sexuais, mas amorosos porque gostavam da companhia um do outro para jogar ou se divertir. E assim, as penalidades mais sérias e com conotação sexual eram dirigidas às mulheres. Dessa forma, a homossexualidade passou a ser vista como inocentes brincadeiras e não tiveram condenação antes do século XII. Quem fosse pego no ato, fosse padre, monge ou leigo cumpria uma penitência, o que mostrava que a Igreja era bastante tolerante.

Entretanto, São Columbano voltaria a insistir num tema: a sodomia (entendida por ele, como prática homossexual). E ameaçava com condenações mais duras. Assim os monges que cometessem atos de sodomia ou matasse alguém deveria viver a pão e água por 10 anos. E se o mesmo fosse um leigo a pena seria de 7 anos, sendo que os primeiros 3 anos seria a pão e água e os anos restantes poderia comer legumes secos com sal. No entanto, não poderiam comer qualquer espécie de carne.
Em 1120, o Conselho de Naplouse, ficou acordado que qualquer pessoa que se valesse voluntariamente da sodomia, cometia um pecado gravíssimo cuja pena seria a tortura e a morte na fogueira, o mesmo tratamento dado aos hereges e “bruxas”. E em 1179, o III Conselho de Latrão anunciou que quem agisse contra a natureza (referindo-se à prática homossexual) seria expulso do mosteiro se fosse padre ou noviço ou iria para ele se fosse um leigo. E ambos seriam excomungados e banido do Igreja.

No final da Idade Média, muitos países europeus foram despovoados por conta da epidemias e guerras. Era o momento de procriar. Então, os homossexuais aproveitaram a oportunidade e as práticas homossexuais voltaram a crescer, o que começo a preocupar os governantes dos séculos XIV e XV. Mas não tinham mais as condenações de antigamente. Não ignoravam sua existência, mas também não consideravam uma prática comum e sem importância. Mostravam-se discretos, comentavam sigilosamente e silenciavam sobre a questão da pedofilia, como recomendava o Cânon de Avicena.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

HOMOSSEXUALIDADE: COISA DA MODERNIDADE?

Muita gente pensa que a homossexualidade é coisa dos tempos atuais. Mas se enganam porque ela existe há muito mais tempo. Segundo John Boswell nos escritos de Platão já há relatos dessa pratica. Compreender como a homossexualidade é encarada há milênios se faz necessário.
O primeiro registro da união entre dois homens da história foi encontrado numa pintura da arte egípcia da antiguidade. Mhnumhtep e Niankhkhnum viveram por volta de 2.400a.C e que serve de prova documental.
Segundo o relato dos antropólogos Stephen Murray e Will Roscoe, em Lisoto, no continente africano, mulheres mantinham relações afetivas e eróticas prologadas (chamadas “motsoalle”) com outras mulheres mesmo antes da colonização pelos ingleses. Outro antropólogo, Evans-Pritchard afirma que era costume os guerreiros de Zandes (norte do Congo) terem jovens (entre 12 e 20 anos) que os ajudavam nos afazeres domésticos e não se envergonhavam de confessar que mantinham com eles relações amorosas e sexuais.
Na China dos anos 600 a.C, a homossexualidade era conhecida por diversos nomes: prazeres do pêssego picado, manga cortada ou costume do sul. Estas denominações referiam-se ao comportamento homossexual e não às pessoas. 
                                                 Mulher espia dois homens namorando
Estudiosos do Oriente médio asiatico afirmam a existência de exemplos de homossexualidade descritos em antigas literaturas da Mesopotâmia. Como exemplos citam a história de Davi e Jonas e a Epopéia de Gilgamesh em que Gilgamesh e Enkidu mantinham um relacionamento amoroso.
Os povos hindus tinham no Código de Manu, o fundamento de suas leis. Nesse código, segundo os antropólogos, há um artigo que faz menção a um “terceiro sexo”. Esse artigo permitia que as pessoas pudessem se expressões livremente com comportamentos e formas não convencionais e ter e manter atividades homossexuais.
No continente americano não era diferente. Muito antes da colonização européia os nativos das três Américas praticavam práticas homossexuais. Entre os astecas, maias, quichuas, moches, zapotecas e os tupinambás (do Brasil) havia uma festividade religiosa conhecida como “Dois-Espíritos”. 
                                                                   Um xamã
Por ocasião dessa festividade, uma das crianças da tribo era era escolhida, retirada dos pais e educada para ser um “xamã”, uma espécie de feiticeiro ou curandeiro. Os xamãs eram pessoas importantes e poderosos na tribo. E podiam ter vida sexual ativa com quem desejasse, inclusive com pessoas do mesmo sexo. Seus parceiros (homens ou mulheres) preferidos eram as pessoas comuns da tribo. Entre esses povos era muito comum encontrar homossexuais e trangêneros.

 
                           Jovem grego em relação sexual                 Romano bulinando um pajem
                                      com seu pajem
A deusa Afrodite, a deusa do amor, nos versos de Safo, é tida como a patrona das lésbicas. (foto abaixo)







Na Grécia Antiga, a pederastia era amplamente difundida. Eles achavam normal e benèfico. E foi um modelo pedagógico por muito tempo. Inclusive elogiado nos escritos iniciais de Platão. Comentários realizados por estudiosos dos escritos de Platão afirmam que, este filósofo comparava a aceitação da homossexualidade em comparação com a aceitação da democracia. Para Platão, a aceitação de ambas era uma foma de combater o despotismo dos povos bárbaros, porque estes tinham a mente fechada para os assuntos mais inovadores. Segundo Platão, os bárbaros só pensavam em seus interesses particulares e no poder que poderiam ter sobre os súditos.
Na Papua, Nova Guiné e outras sociedades da Melanésia (Oceania), as relações homossexuais eram parte de integrante da cultura. Assim, um menino na pré adolescência se tornaria parceiro sexual de um adolescente mais velho. Este último seria seu mentor nas práticas sexuais ( orais, anais  e perversões) até que os primeiros atingissem a puberdade, quando então seria mentor de outros.


Evidentemente, com o transcorrer do tempo, estas práticas foram sendo modificadas fosse pela ação do cristianismo e dos colonizadores europeus que  ficaram chocados ao descobrirem que a homossexual era comum e aberta entre os colonizados. Os colonizadores viam a homossexualidade como um pecado contra Deus e puniam rigorosamente quem a praticasse.
Por isso, os que continuavam praticando, o faziam em segredo com medo das punições que eram a execração pública, a morte na fogueira ou decaptação e o repúdio às suas famílias.
Mas haviam sociedades que jamais permitiram que elas acontecessem, como os povos árabes (Arábia Saudita, Irã, Mauritânia, Nigéria, Sudãi e Iêmen) e muitas outras sociedades porque os governantes a criminalizavam. Muitos ainda negam ou ignoram sua existência, certos de que a erradicaram em seus domínios. Mas o fato real é que ela continua secreta.