Você
fez uma porção de planos enquanto esperava a chegada do seu bebê. Nestes planos
estavam inclusos os desejos de boa saúde, que fosse feliz em tudo o que
fizesse, que cursaria boas escolas e quem sabe, seria “doutor”. Mas jamais, nem
nos sonhos mais remotos e inconscientes, você desejou que ele(a) fosse
homossexual, assim como ninguém deseja que o filho nasça com uma deficiência
qualquer, que seja marginal ou doente mental.
E
seu bebê nasceu bem, bonito e forte. Na Infância, parecia ser a criança mais perfeita
do mundo: educada, prestativa, amorosa, carinhosa, dedicada aos estudos. Na
adolescência também. Mas a certa altura do caminhar de seu filho, ele ou alguém
lhe diz que o seu “bebê” é gay.
Claro
que você não acredita no que está ouvindo. Nem pode acreditar. Como ele (a)
prefere uma pessoa do mesmo sexo para amar? Meu filho (a) que amo tanto, que
acalentei em meu seio para que se alimentasse; aquele a quem dedico o meu mais
incondicional amor é gay? Não, não pode ser. E aí vem a confirmação e o mundo
parece desabar.
Achar
que é uma doença, um problema psicológico, uma aberração da natureza, um
castigo divino, uma falha de caráter ou uma opção pessoal é normal e faz parte
de um processo de aceitação. Um processo longo e demorado que passa por algumas
fases. E a primeira é, sempre, a negação do fato. Afinal, vivemos numa
sociedade que é majoritariamente heterossexual (com casais formados por um
homem e uma mulher). E o que os outros vão pensar?
Para
os pais que vivenciam esta fase, saibam que não são os únicos. Não é errado
ficar assustado, triste, chorar e se revoltar. Mas não se precipitem em colocá-los
para fora de casa, nem os tratem mal. Mantenha-se fiel no amor pelo seu filho (a)
e dê tempo ao tempo. Quanto ao que os outros vão pensar, não se preocupe porque
seu filho (a) é MAIS IMPORTANTE do que os achismos e pensamentos de terceiros.
A
segunda fase, é a da ajuda. O pensamento mais comum é o de “se meu filho está “doente”
preciso levá-lo ao médico, ao psicólogo, ao psiquiatra, ao padre, pastor ou
curandeiro, etc.” Antes de tomar esta atitude, pense mais uma vez no seu filho
e procure informações a respeito.
Saiba
que o homossexualismo não é doença de nenhuma espécie, nem desvio de caráter ou
o que mais você pensar e, portanto, não precisa de cura. Também não é castigo.
Vocês pais fizeram algo errado para merecerem castigo? Acredito que fizeram
tudo o que estava ao seu alcance para dar a melhor educação. Homossexualidade
também não é opção, pois ninguém, em sã consciência, escolheria para si um
caminho dificultoso em busca da felicidade, como ser discriminado, perder certos
direitos civis ou ser assediado por gente preconceituosa como os homofóbicos.
Por
que você pai, escolheu uma mulher por companheira? E você mãe, por que escolheu
um homem por companheiro? Por opção? Por que mãe, você escolheu esse homem para
marido e não outro, talvez mais rico, mais bonito? E você pai, por que escolheu
entre tantas mulheres, justamente essa por companheira? Com os homossexuais é a
mesma coisa. O que nos atrai para esta ou para aquela pessoa é uma química inexplicável
e misteriosa a que chamamos de “AMOR”.
E
o que é o amor? Segundo os dicionários, o amor é um sentimento de carinho e de
afeto entre seres que possuem a capacidade de o demonstrar. É um querer bem, um
querer estar junto e bem perto da pessoa amada e suscita a necessidade de proteção.
O
amor manifesta-se de várias maneiras: entre pais e filhos (amor paternal e
maternal), entre irmãos e amigos (amor fraternal), o amor pela natureza, o amor
por animais, amor altruísta, o amor religioso, o amor à vida, o amor próprio
etc. O amor físico existe entre casais e o sentimento que os une é uma forte
ligação afetiva que, geralmente, envolve a sexualidade. O amor suscita o interesse
de agir em benefício da pessoa amada, e isto, provoca entusiasmo. E desse
entusiasmo e da necessidade de fazer a pessoa amada ser feliz, vem o sexo, como
consequência.
E
é, dentro desta definição de amor, que o filósofo francês Michel Foucault disse:
“mais que uma explicação para os gostos sexuais, o que os seres humanos mais
precisam é de uma arte de bem-viver”. Para
Foucault, essa arte era saber cuidar de si mesmo, porque ao fazermos uma outra
pessoa feliz, também ficamos felizes. “Cuidar de si mesmo” é uma prerrogativa
de todo e qualquer ser humano, tenham eles uma destas designações: hetero, homo
ou bissexuais. E “querer fazer o outro feliz” é tão natural que não importa o
sexo que esse outro tenha.
Qualquer pai ou mãe não quer que seu filho (a) sofra. E quando isso acontece o acolhimento, o
carinho, e o respeito são sempre uma boa pedida. E todo filho (a) hetero, homo
ou bixessual quer ser amado, acariciado, compreendido, aceito e respeitado
pelos pais.
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