Toda
criança, deficiente ou não, precisa basicamente de amor, carinho, alimentação,
asseio pessoal e de cuidados médicos quando necessitarem. Mas, também precisam
de regras claras e limites bem definidos.
A
disciplina é uma das grandes preocupações que afligem todos os pais. Quando se
fala em regras e limites logo se pensa em pais autoritários, que impedem a
liberdade de ação das crianças e de falta de amor. Engana-se quem pensa desta
forma.
Disciplinar
é um ato de amor e de proteção. Colocar uma regra é estabelecer o que as
crianças podem e o que elas não podem fazer. Quando as crianças não sabem o que
podem e o que não podem fazer, fazem de tudo um pouco: gritam, agridem, desobedecem
e testam a paciência dos adultos em qualquer lugar. E as regras são fáceis de
serem colocadas. Basta dizer que NÃO PODE fazer determinada coisa. E uma vez
estabelecida hoje, não pode ser modificada ou esquecida amanhã ou depois,
porque estará feliz ou cansado.
O
estabelecimento dos limites está voltado para o bem comum e ao respeito ao
próximo. Ninguém pode agredir ao outro
só porque ficou nervoso ou porque não conseguiu o que pretendia. E a criança
que cresce sem limites não respeita ninguém e, mais tarde, não respeita as
leis.
Uma
criança bem educada e comportada é bem vista e bem aceita em qualquer lugar. Já
a criança mal educada, que não sabe se comportar é evitada.
Com as crianças
deficientes é a mesma coisa.
O
estabelecimento das regras e limites não precisa ser feito com gritos, surras e
castigos. Fale baixo e firme de modo que a criança entenda que você está
falando sério. Se você não afrouxar ou esquecer das regras e dos limites
colocados, em pouco tempo eles estarão com um comportamento exemplar. Não esqueça
de dar o exemplo, pois você é o modelo que eles têm e tudo o que você fizer
será imitado ou copiado por seus filhos.
Tratando-se
de crianças com deficiência (surdas, com problemas visuais ou com deficiência
física) devem ser tratadas como qualquer criança sem deficiência, pois são
capazes de compreender perfeitamente o que se ensina.
As
crianças com deficiência intelectual, por terem um funcionamento cerebral um
pouco mais lento, demoram um pouco mais para aprenderem. É preciso que se
repita mais vezes.
Tenha
sempre em mente alguns pontos importantes:
O
primeiro ponto é o de que a idade mental
dos deficientes intelectuais não corresponde com a idade cronológica. Normalmente,
a diferença entre essas idades é de 2 (ou mais anos) a baixo dessa idade. Por
exemplo: Se a criança tem 8 anos, seu entendimento e comportamento será, no
mínimo, o de 6 anos (ou menos). Portanto, observe o comportamento de seu filho
e exija dele, ações pertinentes a idade mental e, JAMAIS, pertinentes a
cronológica. E não espere resultados imediatos.
O
segundo ponto é NÃO PENSAR NO TRABALHO que terá ao ensiná-lo. Ao contrário, pense
nos BENEFÍCIOS que isto trará a seu filho.
Caso
precise chamar a atenção, NUNCA o faça quando estiver NERVOSA OU IRRITADA. Seja
firme e constante, fale baixo e em particular, mas deixe claro que VOCÊ NÃO
GOSTOU da atitude dele. NUNCA DIGA que não gosta dele, ou que aquela atitude fará você amá-lo menos. Isto evita estados de ansiedade.
Caso
a falta tenha sido grave e precisa de correção (castigo), lembre-se que para
estas crianças, tudo precisa ser imediato e que seu raciocínio é concreto. NUNCA
DIGA: “Amanhã você não assistirá a
televisão”, “Á tarde você não irá
mais ao parque”, “Você não irá ao passeio da escola na semana que vem”. Esses termos são muito distantes e abstratos para a
compreensão dessas crianças.
AVERIGUE
os motivos que o levaram a desobedecer uma regra ou a um comportamento
indesejado. NÃO ASSOCIE CASTIGO com o dormir, comer, estudar, ler e outras
coisas importantes e que devem ser prazerosas.
NÃO
DÊ SERMÕES porque quando chegar ao meio, seu filho já esqueceu o motivo da
repreensão. Os deficientes intelectuais não conseguem fazer a relação
causa-efeito, por isso, precisam de ações imediatas.
Quando
tiver um comportado adequado, RECOMPENSE com um elogio, com abraços e beijos, com
uma bala ou bombom para reforçar esse comportamento.
E,
quando menos esperar, você terá muitas alegrias e sentirá muito ORGULHO desse
filho.
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