OBJETIVO DO BLOG

Este blog tem por objetivo orientar os pais que possuem filhos entrando ou vivenciando a adolescência. De orientar também os professores que lidam com eles diariamente,para que possam compreender suas dificuldades e ajudá-los ainda mais, pois, esta é uma fase complicada na vida dos jovens e, muitos pais e professores não sabem como agir diante de certas atitudes desses jovens. Pais e professores encontrarão aqui informações de médicos, psicólogos e teóricos sobre a educação dos adolescentes.

quarta-feira, 19 de março de 2014

DEPENDÊNCIA NA PUBERDADE E NA ADOLESCÊNCIA

TRANSTORNO DE PERSONALIDADE DEPENDENTE II


As crianças que crescem com os pais fazendo tudo por elas, para elas e no lugar delas se acostumam com essa dependência. Até o início da puberdade, embora sofram porque gostariam de ter autonomia, é cômodo e fácil. Afinal, para que se preocupar se os pais fazem tudo o que ele(a) deveria fazer. Quem não gosta de facilidades?

Os pais também se acostumam. Para eles, a criança não tem idade e não crescem, por isso, continuam achando que continuam sendo os bebês de antes, que precisa ser protegido de tudo e de todos. E pensando desse modo, não medem esforços para atingir seus objetivos.


Pais e filhos ficam envolvidos numa rede invisível da qual não conseguem escapar. Uma rede complexa que envolve uma mistura de aspectos psicológicos e emocionais fazendo com que a razão seja posta de lado. As justificativas para a entrada e a manutenção nessa rede são: amor em demasia, sentimento de proteção extremada e desejo de fazer do filho(a) uma pessoa feliz. Ficam assoberbados com o trabalho fora (quando há) e dentro de casa e a tarefa com os filhos(as). Ficam cegos ao desenvolvimento do filho(a) e surdos a toda espécie de aconselhamento porque acreditam estar certos. E não percebem o desenvolvimento e a necessidade de cada fase pelas quais os filhos passam. O propósito inicial, o devotamento ao filho, a cegueira e surdez os fazem manter o comportamento na puberdade.


Mas, o corpo em crescimento e desenvolvimento psicológico e social gritam por autonomia. As transformações físicas que começam a aparecer geram novas necessidades.  Uma delas é a necessidade do grupo com pares da mesma idade. E para isso, é necessário um pequeno distanciamento do grupo familiar.

No fundo, os pais agem dessa forma porque não confiam em ninguém, nem em si mesmos, nem na educação que deram. Essa falta de confiança está ligada a sentimentos de posse e de amor extremado de um lado e o medo da perda e da rejeição pelo lado contrário. Esses sentimentos se misturam e produzem um pensamento complicado e inconsciente numa época em que os filhos, naturalmente, se afastam do grupo familiar para descobrir-se a si mesmos. E todos nós, seres humanos, passamos por isso.


Por isso, os outros (amigos, professores, escola) são sempre os vilões da história. Vilões que tentam tirar-lhes o filho amado e temem que se encantem ou se prendam a eles, deixando de amá-los. E, para vencerem essa luta, vale tudo para mantê-los junto a si. E cedem aos caprichos do filho. Matriculam em aulas de canto, dança, judô, karatê, natação etc. Mas o jovem começa tudo e desiste pouco depois.

É quando as brigas, as discussões, as rotulações e ameaças começam a aparecer.  De um lado, a cobrança exercida pelos pais quanto a responsabilidade dos trabalhos e das médias escolares. Por outro, como resposta, a indiferença e insensibilidade a esses apelos. É quando começam as rotulações de preguiçoso, relaxado, desleixado, incompetente, incapaz e tantos outros.


Mas, os jovens não são assim porque querem, mas porque foram levados a ser assim por meio de tantos impedimentos que aconteceram e continuam a acontecer. Não conhecem o que seja esforço pessoal porque nunca tiveram oportunidade de experimentá-lo. Não são responsáveis porque não a exercitaram. Não são solidários, não sensíveis ao próximo, e indiferentes a certos apelos porque nunca tiveram a oportunidade de experimentar e exercitar essas coisas. Como exigir deles algo da qual nunca teve experiência?

A cada nova discussão, confusão ou repreensão, o jovem entende como reafirmação de sua incapacidade, inutilidade e de pouca valia. E, se os pais achavam que os filhos seriam felizes, se enganaram. As constantes frustrações, indecisões, ansiedades, medos e insatisfações geram uma profunda tristeza e pensamentos negativos. E a primeira reação física é o apagamento do brilho do olhar.


Esta é uma época de construção da personalidade. E se os pais não acordarem e tomarem a decisão de mudar tudo, essa rede se manterá na adolescência, na juventude e vida adulta. E o adolescente deve ser muito forte emocional e psicologicamente para evitar que o transtorno de personalidade se instale.

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